A concordância verbal é a relação que se estabelece entre o sujeito e o verbo. Sendo assim, quando o sujeito está no singular, o verbo deve ficar no singular e quando está no plural, o verbo também fica no plural.
Regras para o sujeito simples
Sujeito coletivo
Em geral, o verbo fica no singular.
A multidão manteve a tranquilidade.
Se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural.
A multidão de fãs manteve a tranquilidade.
A multidão de fãs mantiveram a tranquilidade.
Coletivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande número de”.
Grande número dos fãs se afastou.
Grande número dos fãs se afastaram.
Expressões “mais de”, “menos de”, “cerca de”
O verbo concorda com o numeral.
Mais de um cliente quis trocar as mercadorias.
Mais de duas professoras chegaram antes do horário.
Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.
Mais de uma criança se abraçaram.
Nomes próprios
Com nomes próprios, deve-se observar a presença ou não de artigos.
Os Estados Unidos influenciam o mundo.
Estados Unidos influencia o mundo.
Pronome relativo “que”
O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.
Fui eu que fiz.
Foi ele que fez.
Pronome relativo “quem”
O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome “quem”.
Fui eu quem comprou.
Fui eu quem comprei.
Expressão “um dos que”
O verbo pode ser conjugado no singular ou no plural.
Ele foi um dos que mais brincou.
Ele foi um dos que mais brincaram.
Regras para o sujeito composto
Sujeitos formados por sinônimos
O verbo pode ir para o plural ou ficar no singular e concordar com o núcleo mais próximo.
Força e determinação destacaram aquela gerência.
Força e determinação destacou aquela gerência.
Sujeito formado por palavras em gradação e enumeração
O verbo pode flexionar para o plural ou pode concordar com o núcleo mais próximo.
Um mês, um ano, uma década de empenho não supriu a saúde.
Um mês, um ano, uma década de empenho não supriram a saúde.
Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
O verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade.
Eu, tu e Samanta só chegaremos à tarde.
(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ela, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós chegaremos”.
Janice e eu conseguimos comprar um apartamento.
(eu, 1.ª pessoa + Janice, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós conseguimos”.
Sujeitos ligados por “ou”
Os verbos ligados pela partícula “ou” vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito.
Balas ou chocolate desagradam ao menino.
Quando a partícula “ou” é utilizada para corrigir ou retificar, o verbo concorda com o último elemento.
A menina ou as meninas ganharam muitos presentes.
Quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular.
Larissa ou Manoela ganhará o prêmio.
Sujeitos ligados por “nem”
Quando os sujeitos são ligados por “nem”, o verbo vai para o plural.
Nem grito nem rebeldia são bem recebidos.
Sujeitos ligados por “com”
Quando apresentar sentido de “e”, o verbo vai para o plural.
O diretor com seus convidados chegaram às 6 horas.
Mas, quando “com” representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento “com” é separado por vírgulas:
O padeiro, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da competição.
Sujeitos ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como”
O verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.
Tanto Rita como Marina participaram da mostra.
Tanto Rita como Marina participou da mostra.
Partícula “se”
Quando a palavra “se” é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular.
Confia-se em todos.
Quando a palavra “se” é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração.
Construiu-se uma fábrica.
Construíram-se novas fábricas.
Verbos impessoais
Sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Havia muitos convidados naquela festa.
Sujeito seguido por “tudo”, “nada”, “ninguém”, “nenhum”, “cada um”
O verbo fica no singular.
Ana, Carolina, Bianca, ninguém o convenceu de mudar a opinião.
Sujeitos ligados por “como”, “assim como”, “bem como”
O verbo é conjugado no plural.
O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.
Locuções “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é menos de”
Quando as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular.
Três vezes é muito.
Verbos “dar”, “soar” e “bater” + hora(s)
O verbo sempre concorda com o sujeito.
Deu uma hora que chegou.
Soaram três horas.
Indicações de datas
O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.
Hoje são 8 de maio.
Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.
Hoje é dia 8 de maio.
Verbos no infinitivo
Infinitivo impessoal
Não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) quando têm valor de substantivo.
Dormir é o melhor que há.
b) quando têm valor imperativo.
Vá dormir!
c) quando são os verbos principais de uma locução verbal.
Íamos jantar quando você chegou.
d) quando são regidos por preposição.
Começamos a cantar.
Infinitivo pessoal
Devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los.
Comprei a torta para elas comerem.
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