As figuras de linguagem

AS FIGURAS DE LINGUAGEM - As figuras de linguagem

O uso da linguagem, seja para atividades escolares, no trabalho ou na simples rotina do cotidiano apresenta inúmeros recursos estilísticos que direcionam para um sentido ou uma intencionalidade. 

Nada é dito ao acaso. Através das palavras é possível expressar, opiniões, sentimentos e emoções.

Primeiramente, cabe a diferenciação entre os sentidos denotativo e conotativo, já que eles apresentam características bastante distintas.

 

 O sentido denotativo   

O sentido denotativo apresenta a palavra em seu sentido real, literal, assim como é descrita no dicionário.

Exemplo:  
A Terra gira ao redor do Sol. (Sol apresentado aqui como o astro luminoso.)

 

O sentido conotativo       

O sentido conotativo apresenta um sentido figurado, ou seja, atribuído por quem elaborou o enunciado.

Exemplo: 

Você é o meu  sol! (Sol apresentado aqui como um elogio, algo de extrema importância.)

 

O uso do sentido conotativo evidencia a intenção do falante em dizer algo fora do seu sentido original, expressando assim, a sua criatividade. Esse amplo conjunto de recursos expressivos  recebe o nome de figuras de linguagem.

As figuras de linguagem são:

 

Comparação:

Estabelece uma semelhança, criando assim, uma comparação. Em geral, apresentam as palavras ou expressões comparativas: como, igual a, que nem, semelhante a.

Exemplos: 
Os homens não melhoraram,

 e matam-se como precevejos.

                                             (Carlos Drummond de Andrade)

 Minha filha é igual a mim, determinada e vitoriosa.

 

Metáfora:

Apresenta pontos em comum entre características de substantivos distintos. É amplamente utilizada na linguagem poética.

Exemplos: 

O caminho era uma serpente entre as lindas colinas. (Enfatizando a sinuosidade do caminho).

Meu pensamento é um grande rio.

 

Metonímia ou sinédoque:

É usada quando as palavras ou expressões apresentam um ponto de contato ou de proximidade.

Exemplos: 

estádio vibrou com o gol. (Estádio foi usado em substituição à torcida).

Marcela sempre lê Machado de Assis. (em referência aos livros do escritor)

 

Personificação ou prosopopéia:

Atribui características humanas a seres inanimados.

Exemplos: A cidade foi completamente destruída pela nevasca cruel. (A crueldade é uma característica humana, usada aqui para enfatizar a devastação provocada pela nevasca.)

 As flores admiravam o casal de namorados. (admirar é uma característica humana).

 

Antítese e paradoxo:

Apresenta pares de sentidos opostos: pobreza x riqueza, certeza x incerteza, bondade x maldade.

Exemplos: 

“Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.”

                                             (Carlos Drummond de Andrade)

 Todo aspecto negativo tem um lado positivo.

 

Hipérbole:

É o exagero, utilizado não só na poesia, mas também no nosso cotidiano.

Exemplos: 

Eu morri de rir com a peça teatral.

Estou morrendo de sono!

 

Eufemismo:

É a escolha cuidadosa de palavras de forma a amenizar situações desagradáveis , dolorosas ou constrangedoras.

Exemplos:  

Ele agora repousa lá no céu com o Senhor.  (Referindo-se ao falecimento de um conhecido.)

 Vovó entregou sua alma a Deus.

 

Ironia:

É o recurso que, embora anuncie algo, apresenta sentido oposto, claramente entendido pelo leitor. Pode-se afirmar que é a figura de linguagem predominantemente usada nas piadas.

Exemplos: 

Moça linda, bem tratada,

Três séculos de família,

Burra como uma porta:

Um amor!

                                             (Carlos Drummond de Andrade)

 Sua amiga é tão genial que errou tudo.

 

Elipse:

Consiste na omissão de uma palavra ou expressão sem que ocorra a perda de sentido da frase.
Exemplos: 

A criança que fui chora na estrada. (eu fui)

Joane gosta de carnes, Márcio, de saladas. (omissão do verbo gostar). 

 

Pleonasmo:

É a repetição de uma ideia já contida no texto com o objetivo de intensificá-la.

Exemplos: 

É preciso, acima de tudo, viver a vida!

Saia para fora, cachorro!

 

Polissíndeto:

É a repetição de uma conjunção na oração, atribuindo ao texto um sentido de continuidade.

Exemplos: 

Na casa não havia flores, nem árvores, nem pássaros.

Os convidados cantavam dançavam e riam felizes. 

 

Onomatopeia:

É a reprodução ou imitação de um barulho.

Exemplos: 

Ouvia-se de longe aquele zum zum zum das pessoas.

O tic-tac do relógio incomodava as crianças.

 

Anáfora:

É a repetição de uma palavra ou trecho no início de uma frase.

Exemplos: 

Menina bonita,

menina educada, 
menina simpática,
meu amor!

Falta médico,
Falta medicamento,
Falta leito,
A saúde pública está um caos!

 

Aliteração:

É o recurso sonoro que consiste na repetição de uma determinada consoante ou de sons consonantais semelhantes.

Exemplos: 

vento varria as folhas.
vento varria os frutos.
vento varria as flores.
                                             (Manuel Bandeira)

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

 

Assonância:

É o recurso sonoro que consiste na repetição de uma determinada vogal. Exemplos:

   “A bela bola
     rola:
     a bela bola de Raul”.

                                        (Cecília Meireles)

   Minha mãe amassa a massa.

 

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