ENEM – Questões sobre o Simbolismo

ENEM QUESTOES SOBRE O SIMBOLISMO - ENEM - Questões sobre o Simbolismo

 Prepare-se para o vestibular com as questões do ENEM sobre o Simbolismo.

1. ENEM 2009

Texto 1

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede…”

Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho

E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,

Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego

A tocá-lo. Minh’alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!

Por mais que a gente faça, à noite, ele entra

Imperceptivelmente em nosso quarto!

 

(ANJOS, A. Obra completa. Rio de Jan: Aguilar, 94)

 

Texto 2

O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.

Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz de:

 

a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia.

b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.

c) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.

d) abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.

e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da poesia.

 

2.ENEM 2009

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e, sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,

que chaveiro do Céu possui as chaves

para abrir-vos as portas do Mistério?!

 

(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1993)

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:

 

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.

b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.

d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.

e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

 

3. ENEM 2009

Sorriso interior

O ser que é ser e que jamais vacila

Nas guerras imortais entra sem susto,

Leva consigo esse brasão augusto

Do grande amor, da nobre fé tranquila.

Os abismos carnais da triste argila

Ele os vence sem ânsias e sem custo…

Fica sereno, num sorriso justo,

Enquanto tudo em derredor oscila.

Ondas interiores de grandeza

Dão-lhe essa glória em frente à Natureza,

Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.

O ser que é ser transforma tudo em flores…

E para ironizar as próprias dores

Canta por entre as águas do Dilúvio!

 

(CRUZ e SOUZA, João da. Sorriso interior. Últimos sonetos. Rio de Janeiro: UFSC/Fundação Casa de Rui Barbosa/FCC, 1984)

 

O poema representa a estética do Simbolismo, nascido como uma reação ao Parnasianismo por volta de 1885. O Simbolismo tem como característica, entre outras, a visão do poeta inspirado e capaz de mostrar à humanidade, pela poesia, o que esta não percebe.

O trecho do poema de Cruz e Souza que melhor exemplifica o fazer poético, de acordo com as características dos simbolistas, é:

a) “Leva consigo esse brasão augusto”.

b) “Os abismos carnais da triste argila/Ela os vence sem ânsias e sem custo…”.

c) “Fica sereno, num sorriso justo/Enquanto tudo em derredor oscila”.

d) “O ser que é ser transforma tudo em flores…/E para ironizar as próprias dores/Canta por entre as águas do Dilúvio!”.

e) “O ser que é ser e que jamais vacila/Nas guerras imortais entra sem susto”.

Gabarito:

1.D

2.C

3.D

 

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