O Romantismo no Brasil

O ROMANTISMO - O Romantismo no Brasil

O Romantismo no Brasil é um dos tópicos mais cobrados nos vestibulares. Então, entenda seus pontos mais importantes.

O crescente sentimento de nacionalismo que já se espalhava pelo país  teve sua culminância em 1822 com a independência do Brasil. Esse fato influenciou fortemente os poetas que acreditavam que aquele era o momento oportuno para dar início ao processo de renovação das letras. Tornava-se cada vez mais necessário romper o  vínculo com influência europeia, criando uma literatura essencialmente brasileira, que valorizasse as belezas do país e a liberdade recém conquistada.

Dentro desse contexto de forte sentimento nacionalista, o Romantismo teve início no Brasil em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães.

O Romantismo é fundado em três pilares básicos:

O egocentrismo: 

Conhecido também como subjetivismo ou individualismo. Há grande valorização do “eu”, fazendo com que o poeta se desligue da sociedade e atribua grande relevância aos seus próprios sentimentos e pensamentos.

 

O nacionalismo: 

É percebido de uma forma essencialmente local, regionalizada. São ressaltadas aqui, as características geográficas, históricas e culturais. Ocorre uma significativa mudança de comportamento da elite, que passa a colocar a cultura no centro de suas discussões.

 

A liberdade de expressão: 

É um dos pontos de destaque do Romantismo. Os poetas afastam-se dos antigos modelos consagrados e abrem espaço para o novo, em uma busca incessante pela originalidade.

Quanto à temática, vale a pena destacar alguns aspectos que permeiam a escola literária:

 

O sentimentalismo: 

É um dos  aspectos mais relevantes. A emoção supera a razão e sentimentos como o amor, o ódio, a amizade e a honra, por exemplo, sempre estão presentes nas ações dos personagens românticos.

 

A luta contra a racionalidade: 

O escritor romântico valoriza a imaginação, o sonho e a fantasia. Sendo assim, algumas vezes é possível perceber a idealização do seu universo e da mulher amada, sempre cercada de virtudes e de uma rara beleza.

 

A presença de um vilão: 

Em oposição ao herói que se destaca pelas suas virtudes, surge a figura do vilão que representa o mal e deve ser combatido pelo bem.

 

As duas faces: 

Por um lado, a presença do lirismo e da inocência são marcantes, por outro lado, ocorre também a presença do pessimismo, da tragédia e do desejo de morte, revelando uma face escura evidente, principalmente na segunda geração romântica.

 

A valorização da natureza: 

No Romantismo, a natureza reflete essencialmente o estado de espírito do poeta. Em seus momentos de tristeza ela é descrita com paisagens lúgubres e em momentos de alegria é vista como luminosa e bela. Destaca-se aqui também a questão do nacionalismo, que valoriza a beleza da natureza brasileira.

 

Indianismo: 

Visto como elemento essencialmente brasileiro, o índio recebe grande destaque. Percebe-se, no entanto, que nem sempre é retratado de forma fiel à realidade. Em algumas obras, ele é idealizado e descrito como um verdadeiro herói nacional.

    

O Romantismo brasileiro é dividido em três gerações que apresentam características distintas:

Primeira geração: nacionalista ou indianista

É fortemente influenciada pela independência do Brasil, em 1822;

Valorização da pátria;

Exaltação da natureza;

Valorização do índio como herói nacional;

Presença do sentimentalismo.

 

Principais poetas:

Gonçalves de Magalhães;

Araújo Porto Alegre;

Gonçalves Dias.

 

Segunda geração: o mal do século ou ultrarromantismo

Sentimentalismo exagerado;

Byronismo – estilo de vida boêmio, voltado para os vícios, a bebida e o sexo. Pensamento narcisista, egocêntrico, pessimista e, por vezes satânico;

Fuga da realidade – através dos sonhos e do desejo de morte;

Valorização da noite e nos mistérios – preferência por lugares fúnebres, misteriosos e solitários;

Idealização da mulher que é vista como um anjo inacessível.

 

Principais poetas:

Álvares de Azevedo;

Casimiro de Abreu;

Junqueira Freire;

Fagundes Varela.

 

Terceira geração: condoreira:

Chamada de condoreira pois é representada pelo condor que simboliza a liberdade;

Abolicionista – influenciada pela abolição de escravatura (1822) e pela Proclamação da República (1889);

Discurso sobre as questões sociais e a liberdade;

Uso de linguagem exagerada;

A mulher deixa de ser idealizada para tornar-se carnal.

 

Principais poetas:                                  

Castro Alves

Sousândrade

 

A prosa romântica

O Romantismo adota um estilo de prosa bastante peculiar de romances urbanos, escritos para a classe burguesa. Neles são ressaltados o luxo, a riqueza e a agitada vida social da burguesia, ao mesmo tempo em que são ocultados os maus costumes e a hipocrisia dessa classe.

Os romancistas brasileiros que merecem destaque são:

Joaquim Manuel de Macedo

O Dr. Macedinho, como era conhecido na época, dedicou-se aos romances urbanos, tão populares na Europa e tão admirados pela burguesia brasileira. Apesar de continuar utilizando padrões  europeus, Macedo inovou, atribuindo aos romances, personagens e ambientes tipicamente brasileiros.  Essa fusão de elementos agradou ao público que admirava as narrativas ambientadas nos salões e saraus da alta sociedade do Rio de Janeiro, então, capital do Império. Seus romances eram escritos em forma de folhetins que podem ser comparados às novelas atuais.

As obras mais importantes de Joaquim Manuel de Macedo são:

A moreninha;

O moço loiro;

As vítimas-algozes.

 

José de Alencar

Alencar é, sem dúvida, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Com seu estilo único, o escritor consolidou o Romantismo no Brasil. Retratou a cultura brasileira de forma ampla e incomparável. As mulheres burguesas, seu público-alvo, tiveram seus conflitos narrados com grande riqueza de detalhes .

Sua obra é tão abrangente que pode ser dividida em três categorias distintas:

Romances urbanos:

Ambientados no Rio de Janeiro e protagonizados por personagens femininos, mostrava todo o luxo e a riqueza que cercavam as atividades sociais burguesas. A crítica à hipocrisia, ao casamento por interesse e à cobiça eram feitas de forma sutil, mas facilmente perceptível pelo público.

Principais obras:

Senhora;

Lucíola;

Diva.

Romances regionalistas:

A versatilidade e a grande sensibilidade de Alencar também se destacam nos romances regionalistas que eram ambientados em locais bem afastados da capital, em regiões tipicamente brasileiras. O objetivo era exaltar a diversidade do país e enaltecer as qualidades dos personagens brasileiros.

Principais obras:

O gaúcho;

O sertanejo;

O tronco do Ipê.

Romances Indianistas:

As narrativas exibem o índio como herói nacional e a sua cultura é retratada fielmente conforme relatos históricos. Há valorização da língua tupi, além de retratar o índio como símbolo de bravura, pureza e grande amor ao meio ambiente.

As obras mais importantes são:

Iracema;

O guarani;

As minas de prata;

Ubirajara.

 

Bernardo Guimarães:

É considerado um dos grandes regionalistas brasileiros e ambienta suas narrativas nos estados de Minas Gerais e Goiás. Valoriza as características regionais e resgata, ao mesmo tempo, hábitos típicos da sociedade imperial. As críticas de Bernardo Guimarães também são sutis e referem-se principalmente aos sistemas escravocrata, patriarcal e clerical.

Principais obras:

A escrava Isaura;

O seminarista.

 

Franklin Távora:

O importante regionalista brasileiro abordou a temática do cangaço nordestino. Criticava, principalmente, a forma como os europeus exploravam as regiões do norte e do nordeste brasileiro.  Suas narrativas eram realistas e fugiam da idealização presente em obras de outros escritores românticos.

Principais obras:

A cabeleira;

Lourenço

 

Visconde de Taunay:

O escritor regionalista explorou em suas obras as peculiaridades do Mato Grosso, de forma rica e detalhada.

Suas principais obras são:

Inocência;

A retirada da laguna.

 

Manuel Antônio de Almeida:

O escritor destaca-se pelos romances de costumes. Retratava criticamente em sua obra, os hábitos, a moda e a religiosidade das classes mais populares da época. Os personagens de seus romances, fugiam do ideal da época, pois eram retratados como malandros e marginais. Seu humor refinado caricaturava os personagens, ressaltando seus defeitos.

Sua principal obra é Memórias de um sargento de milícias.

 

Gostou do artigo? Agora, pratique o que aprendeu com as Questões sobre o Romantismo brasileiro

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