Prepare-se para a sua prova estudando através das questões sobre Fernando Pessoa.
1.FEI – SP
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
A palavra título indica que:
a) o texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
b) o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
c) o texto discutirá a formação do leitor.
d) o poema dialogará com os leitores em potencial.
e) o poema tecerá considerações sobre o amor.
2. Enem
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…
Alberto Caeiro
a) pelo alcance de cada cultura.
b) pela capacidade visual do observador.
c) pelo senso de humor de cada um.
d) pela idade do observador.
e) pela altura do ponto de observação
3. UFRGS
Leia o poema abaixo do heterônimo Ricardo Reis.
“Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.”
Em relação ao poema, considere as afirmações abaixo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
4. UM-SP
A respeito de Fernando Pessoa, é incorreto afirmar que:
5. PUC-SP/2006
a) o entedimento do mundo e a interpretação da realidade resultam do extremo racionalismo do eu-lírico.
d) o conceito de paganismo, presente na obra, define-se por uma postura anticristã e pela negação do conhecimento do mundo sensível.
6. UNIVAP:
Leia os seguintes versos:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Considere as seguintes afirmações sobre o autor desses versos:
I. Esse poeta marca, com o poema acima, uma ruptura com a concepção de poesia confessional, típica do Romantismo.
II. Esse poeta criou, artisticamente, várias vozes poéticas singulares, entre as quais se destacam as de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
III. Esse poeta foi, com Mário de Sá Carneiro, um dos fundadores da revista Orpheu, que, em 1915, à luz das modernas correntes estéticas e filosóficas europeias, tornou-se marco inaugural do Modernismo em Portugal. A seguir, assinale a alternativa
a) se apenas I estiver correta.
b) se apenas II estiver correta.
c) se apenas III estiver correta.
d) se I, II e III estiverem corretas.
e) se I, II e III estiverem incorretas.
7. Fuvest
a) Preocupação com os destinos de Portugal do século vinte.
b) Preocupação com a história político-social de Portugal.
c) Recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo.
d) Reordenação da história portuguesa desde Dom Sebastião.
e) A marca da religião católica na alma portuguesa como força determinante….
8. MACKENZIE
Graças a Deus que estou doido!
Que tudo quanto dei me voltou em lixo,
E, como cuspo atirado ao vento,
Me dispersou pela cara livre!
Que tudo quanto fui me atou aos pés,
Com a sarapilheira para embrulhar coisa nenhuma!
Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta
E me faz vomitar sem eu ter comido nada!
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que
era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.
O grave pouco pese,
O natural impulso dos instintos
Que ceda ao inútil gozo
(sob a sombra tranquila do arvoredo)
De jogar um bom jogo.
Cada campo que mostra
Aos sorrisos de Apolo
Os peitos nus de Ceres –
Cedo ou tarde vereis
Por lá aparecer
O deus Pã, o imortal.
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade
E não estou alegre nem triste.
Este é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de
exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.
9. PUC
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
10. UNIFESP
A Criança que Pensa em Fadas
A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.
(Alberto Caeiro)
Gabarito:
1. B
2. A
3. E
4. E
5. B
6. D
7. C
8. A
9. C
10. B
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