Questões sobre o Trovadorismo

QUESTOES SOBRE O TROVADORISMO - Questões sobre o Trovadorismo

Prepare-se para a sua prova com as questões sobre o Trovadorismo.

  1. Unifesp

 Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade.

“Un cavalo non comeu
á seis meses nen s’ergueu
mais prougu’a Deus que choveu,
creceu a erva,
e per cabo si paceu,
e já se  leva!

Seu dono non lhi buscou
cevada neno ferrou:
mai-lo bon tempo tornou,
creceu a erva,
e paceu, e arriçou,
e já se leva!

Seu dono non lhi quis dar
cevada, neno ferrar;
mais, cabo dum lamaçal
creceu a erva,
e paceu, e arriç’ar,
e já se leva!”

CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. Harmonia Mundi, USA, 1995.

A leitura permite afirmar que se trata de uma cantiga de:

a) Escárnio, em que se critica a atitude do dono do cavalo, que dele não cuidara, mas graças ao bom tempo e à chuva, o mato cresceu e o animal pôde recuperar-se sozinho.

b) Amor, em que se mostra o amor de Deus com o cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva que cresceu graças à chuva e ao bom tempo.

c) Escárnio, na qual se conta a divertida história do cavalo que, graças ao bom tempo e à chuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde, então, fugir do dono que o maltratava.

d) Amigo, em que se mostra que o dono do cavalo não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa do mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se.

e) Maldizer, satirizando a atitude do dono que ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de alimentá-lo, deixando-o entregue à própria sorte para obter alimento.

 

 

 

2. Ufam

Leia o poema abaixo, de autoria de D. Dinis, rei de Portugal, antes de responder à questão abaixo:

“En gran coita, senhor,
que pior que mort’é,
vivo, per boa fé,
e polo voss’amor
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu
Vi polo meu gran mal,
e melhor me será
de morrer por vós já
e, pois me Deus non val,
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu
Polo meu gran mal vi,
e mais me val morrer
ca tal coita sofrer,
pois por meu mal assi
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu
Vi por gran mal de mi,
pois tam coitad’and’eu.”

A respeito do poema acima fazem-se as seguintes afirmativas:

I.É uma cantiga de escárnio, pois o poeta ridiculariza a mulher amada.

II.É uma cantiga de amigo, pois o eu lírico é feminino.

III. Possui versos paralelísticos, como “Vi polo meu gran mal” e “Polo meu gran mal vi”.

IV.É uma cantiga de amor, pois o eu lírico, além de ser masculino, sofre intensamente um amor impossível.

V.É uma cantiga de refrão, o qual possui a particularidade de ver o seu sentido completado na estrofe seguinte.

VI.É uma cantiga de maldizer, pois o poeta não se conforma com o fato de não conquistar a mulher que ama.

Estão corretas:

a) Apenas III e VI.                      

b) Apenas II e III.        

c) Apenas II e V.

d) Apenas I e V.

e) III, IV e V.

 

3.PSS/UFPA-2007

 Leia atentamente o texto abaixo, considerando a sua temática e forma:

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
e ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
e ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
e ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amado,
por que ei gram cuidado!
e ai Deus, se verrá cedo!     (Martim Codax)

(In: NUNES, José Joaquim. Cantigas […]. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973. v. 2, p. 441.)

Acerca do poema, é CORRETO afirmar:

a) O uso de refrão e o paralelismo justificam a classificação como cantiga de amor.

b) A referência à natureza é meramente convencional, não expressando intimidade afetiva.

c) A expressão do sofrimento amoroso — “por que ei gram cuidado!” — está de acordo com os padrões da cantiga de amor.

d) A enamorada, saudosa, dirige-se às ondas em busca de notícias do amigo que tarda.

e) Versos como “se vistes meu amado!” traduzem uma atitude de vassalagem amorosa.

 

  1. UNIFAP-2007

 Sobre as cantigas de escárnio do trovadorismo português, é correto afirmar que

a) apresentam interesse, sobretudo histórico através da voz lírica feminina.

b) revelam detalhes da vida íntima da aristocracia através das convenções do amor cortês.

c) apresentam uma linguagem velada, sem deixar de lado o humor sobre a vida social da época.

d) utilizam-se de sátiras diretas, revelando a vida campesina e urbana.

e) fazem a crítica rude, direta, muitas vezes enveredando para a obscenidade.

 

5. PROSEL/UEPA-2006

Leia com atenção, os textos A e B para avaliar se são corretas as afirmativas que se lhe seguem.

Texto A
“Per ribeira do rio
vi remar o navio,
e sabor hei da ribeira.

Per ribeira do alto
Vi remar o barco
E sabor hei da ribeira.

Vi remar o navio
I vai o meu amigo
E sabor hei da ribeira. (…)

Texto B
“Dizia la fremosinha
ay adeus, val!
Com’estou d’amor ferida,
Ay deus, val!

Dizia la bem talhada:
Ay deus, val!
Com’estou d’amor coytada
Ay deus, val! (…)

Sabor hei – estou contente
Alto – rio
Val – valha

Apud BELLEZI, Clenir. Arte Literária Brasil – Portugal.

I.Tanto no texto A quanto no texto B estão presentes eu-líricos femininos.

O sentimento amoroso em A e B exemplifica a noção de “coyta d’amor” (sofrimento amoroso), cultivada, em seus versos, pelos trovadores.

III. O texto A é uma Cantiga de Amor e o B uma Cantiga de Amigo.

Ambos os textos exemplificam a lírica amorosa do Medievalismo literário em Portugal.

São corretas somente:

a) I e IV  

b) I e II                

c) II e III 

d) I e III 

e) III e IV

  1. PROSEL/UEPA-2007

Texto I 
Aquestas noites tão longas
Que Deus fez em grave dia
Por mi, por que as non
Dormio
E por que as non fazia
No tempo que meu amigo
Soia falar comigo

Por que as fez Deus tan
Grand
Non poss’eu dormir, coitada!
E de como son sobejas,
Quisera – m’outra vegada
No tempo que meu amigo
Soia falar comigo

Por que Deus fez tan
Grandes,
Sem mesura e desiguaaes,
E as eu dormir non posso?
Sossegada
Por que as non fez ataes,
No tempo que meu amigo
Soia falar comigo

(Julião Bolseiro)

Texto II
Quantas noites não durmo
A rolar-me na cama
A sentir tanta coisa
Que a gente não pode
Explicar
Quando ama.

O calor das cobertas
Não me aquece direito
Não há nada no mundo
Que possa afastar
Esse frio do meu peito.

Volta, vem viver outra vez
A meu lado,
Já não posso dormir
Sossegada
Pois meu corpo está
Acostumado.

(Adaptado de canção de Lupicínio Rodrigues, interpretada por Gal Costa).

A respeito dos textos I e II, julgue as afirmativas a seguir.

I.São confissões amorosas de um eu lírico feminino que ficou sozinho.
II. Falam do amor idealizado na forma de vassalagem comum à Idade Média.
III. Têm raízes populares, de tal forma que o primeiro revela a origem portuguesa das manifestações contemporâneas semelhantes às do segundo.
IV. O segundo tem características comuns às cantigas de amigo que o primeiro exemplifica.

São corretas:

a) I, II, III e IV.                      

b) I e IV, somente

c) I, III e IV, somente.

d) I, II e III, somente.

e) II e III, somente.

 

7. PRISE/UEPA-2006

Leia a Cantiga reproduzida abaixo e, em seguida, responda à questão proposta no comando.

Cantiga

Afonso Sanches

Dizia la fremosinha:
“ai, Deus, vai!
Com’estou d’amor ferida!
ai, Deus, vai!

Dizia la bem talhada:
“ai, Deus, vai!
Com’estou d’amor coitada!
ai, Deus, vai!

Com’estou d’amor ferida!
ai, Deus, vai!
Nom vem o que bem queria!
ai, Deus, vai!

Com’estou d’amor coitada!
ai, Deus, vai!
Nom vem o que muit’amava!
ai, Deus, vai!”

In Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa. Lisboa. Editorial Comunicação, 1983.

Sobre a cantiga acima, de D. Afonso Sanches, é correto afirmar:

a) A voz que fala na cantiga é do homem apaixonado que sofre por amor e dirige-se a Deus.

b) A fremosinha (formosinha) lamenta seu sofrimento pela ausência do amado.

c) O paralelismo “ai, Deus, vai! (ai, valha-me Deus!) é muito comum nas cantigas de amor medievais.

d) O homem sente-se muito ferido pela não correspondência amorosa da fremosinha (formosinha).

 

8. UFRS

 Assinale a alternativa incorreta  a  respeito  do Trovadorismo em Portugal:

a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.

b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.

c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.

d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música.

e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.

 

9. PUC-RS

O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em:

a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade.

b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.

c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro.

d) reduzir todo o refrão a um dístico.

e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente.

 

10.UFMG

Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem  amante / mulher amada, ou mulher amante/ homem amado, pode-se afirmar que:

a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.

b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.

c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.

d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.

e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval.

 

Gabarito:

1. A

2. E

3. D

4. C

5. A

6. C

7. B

8. D

9. B

10.C

 

Gostou do artigo? Então, leia também O Trovadorismo

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