IME – Prova de 2018

IME PROVA DE 2018 - IME - Prova de 2018

Texto 1

BECOS DE GOIÁS

Beco da minha terra…

Amo tua paisagem triste, ausente e suja.

Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.

Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.

E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia,

e semeia polmes dourados no teu lixo pobre,

calçando de ouro a sandália velha,

jogada no teu monturo.

Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,

descendo de quintais escusos

sem pressa,

e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.

Amo a avenca delicada que renasce

na frincha de teus muros empenados,

e a plantinha desvalida, de caule mole

que se defende, viceja e floresce

no agasalho de tua sombra úmida e calada.

Amo esses burros-de-lenha

que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros,

secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados.

Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra,

no range-range das cangalhas.

E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja.

Sem infância, sem idade.

Franzino, maltrapilho,

pequeno para ser homem,

forte para ser criança.

Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade.

Amo e canto com ternura

todo o errado da minha terra.

Becos da minha terra,

discriminados e humildes,

lembrando passadas eras…

Beco do Cisco.

Beco do Cotovelo.

Beco do Antônio Gomes.

Beco das Taquaras.

Beco do Seminário.

Bequinho da Escola.

Beco do Ouro Fino.

Beco da Cachoeira Grande.

Beco da Calabrote.

Beco do Mingu.

Beco da Vila Rica…

Conto a estória dos becos,

dos becos da minha terra,

suspeitos… mal afamados

onde família de conceito não passava.

“Lugar de gentinha” – diziam, virando a cara.

De gente do pote d’água.

De gente de pé no chão.

Becos de mulher perdida.

Becos de mulheres da vida.

Renegadas, confinadas

na sombra triste do beco.

Quarto de porta e janela.

Prostituta anemiada,

solitária, hética, engalicada,

tossindo, escarrando sangue

na umidade suja do beco.

Becos mal assombrados.

Becos de assombração…

Altas horas, mortas horas…

Capitão-mor – alma penada,

terror dos soldados, castigado nas armas.

Capitão-mor, alma penada,

num cavalo ferrado,

chispando fogo,

descendo e subindo o beco,

comandando o quadrado – feixe de varas…

Arrastando espada, tinindo esporas…

Mulher-dama. Mulheres da vida,

perdidas,

começavam em boas casas, depois,

baixavam pra o beco.

Queriam alegria. Faziam bailaricos.

– Baile Sifilítico – era ele assim chamado.

O delegado-chefe de Polícia – brabeza –

dava em cima…

Mandava sem dó, na peia.

No dia seguinte, coitadas,

cabeça raspada a navalha,

obrigadas a capinar o Largo do Chafariz,

na frente da Cadeia.

Becos da minha terra…

Becos de assombração.

Românticos, pecaminosos…

Têm poesia e têm drama.

O drama da mulher da vida, antiga,

humilhada, malsinada.

Meretriz venérea,

desprezada, mesentérica, exangue.

Cabeça raspada a navalha,

castigada a palmatória,

capinando o largo,

chorando. Golfando sangue.

(ÚLTIMO ATO)

Um irmão vicentino comparece.

Traz uma entrada grátis do São Pedro de Alcântara.

Uma passagem de terceira no grande coletivo de São Vicente.

Uma estação permanente de repouso – no aprazível São Miguel.

Cai o pano.

CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. 21ª ed. – São Paulo: Global Editora, 2006.

Texto 2

O ELEFANTE

Fabrico um elefante

de meus poucos recursos.

Um tanto de madeira

tirado a velhos móveis

talvez lhe dê apoio.

E o encho de algodão,

de paina, de doçura.

A cola vai fixar

suas orelhas pensas.

A tromba se enovela,

é a parte mais feliz

de sua arquitetura.

Mas há também as presas,

dessa matéria pura

que não sei figurar.

Tão alva essa riqueza

a espojar-se nos circos

sem perda ou corrupção.

E há por fim os olhos,

onde se deposita

a parte do elefante

mais fluida e permanente,

alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante

pronto para sair

à procura de amigos

num mundo enfastiado

que já não crê em bichos

e duvida das coisas.

Ei-lo, massa imponente

e frágil, que se abana

e move lentamente

a pele costurada

onde há flores de pano

e nuvens, alusões

a um mundo mais poético

onde o amor reagrupa

as formas naturais.

Vai o meu elefante

pela rua povoada,

mas não o querem ver

nem mesmo para rir

da cauda que ameaça

deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora

as pernas não ajudem

e seu ventre balofo

se arrisque a desabar

ao mais leve empurrão.

Mostra com elegância

sua mínima vida,

e não há cidade

alma que se disponha

a recolher em si

desse corpo sensível

a fugitiva imagem,

o passo desastrado

mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres

e situações patéticas,

de encontros ao luar

no mais profundo oceano,

sob a raiz das árvores

ou no seio das conchas,

de luzes que não cegam

e brilham através

dos troncos mais espessos.

Esse passo que vai

sem esmagar as plantas

no campo de batalha,

à procura de sítios,

segredos, episódios

não contados em livro,

de que apenas o vento,

as folhas, a formiga

reconhecem o talhe,

mas que os homens ignoram,

pois só ousam mostrar-se

sob a paz das cortinas

à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite

volta meu elefante,

mas volta fatigado,

as patas vacilantes

se desmancham no pó.

Ele não encontrou

o de que carecia,

o de que carecemos,

eu e meu elefante,

em que amo disfarçar-me.

Exausto de pesquisa,

caiu-lhe o vasto engenho

como simples papel.

A cola se dissolve

e todo o seu conteúdo

de perdão, de carícia,

de pluma, de algodão,

jorra sobre o tapete,

qual mito desmontado.

Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9ª ed. – São Paulo: Editora Record, 1983.

  1. IME 2018

Sabe-se que o prefixo de negação “in”, na língua portuguesa, pode assumir diferentes formas, de acordo com a ocorrência dos fenômenos de assimilação e mesmo de dissimilação.

Assinale a opção em que o significado do prefixo “in” difere do sentido encontrado nas palavras “indefeso” e “indefinido” no verso abaixo transcrito:

“Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade.” (texto 1, verso 28)

a) Alimentar a criança é indispensável ao seu crescimento saudável.

b) A conclusão a que se chegou parecia algo ilógico.

c) Sua situação me parece irregular.

d) Eles estavam impossibilitados de frequentar aquele local.

e) Ele está tão fraco que já não consegue ingerir os alimentos.

2. IME 2018

Os becos descritos no texto 1 denunciam lugares marginalizados, abandonados e, mais frequentemente, não amados. Assinale a opção em que o verso transcrito condiz com essa afirmativa.

a) “Amo tua paisagem triste, ausente, suja.” (verso 2)

b) “Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,” (verso 9)

c) “Amo a avenca delicada que renasce” (verso 13)

d) “Amo esses burros-de-lenha” (verso 18)

e) “Amo e canto com ternura” (verso 29)

3. IME 2018

“Amo e canto com ternura / todo o errado da minha terra” (texto 1, versos 29 e 30).

A substantivação do adjetivo “errado”, antecedido pelo determinante “o”, que aparece no trecho acima destacado do poema de Cora Coralina

a) fala do desdém relativo à maneira como vivem os habitantes dos becos.

b) mostra que a voz poética é avessa a tudo o que acontece nos becos.

c) salienta uma proximidade e cumplicidade entre quem ama e quem recebe o amor.

d) revela apatia em relação aos becos de Goiás e a seus frequentadores.

e) trata unicamente da exclusão social dos moradores dos becos.

4. IME 2018

“E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja.“ (texto 1, verso 23)

O modo em que se encontra o verbo ser na forma verbal acima destacada, em contraste com o modo de todas as outras formas verbais do poema, evoca

a) um indício de certeza, característico do modo indicativo das formas verbais em português, pois é certo que a vida do menino é amarga.

b) algo irreal, hipotético, expresso pelo modo subjuntivo, que aponta, no entanto, para um desejo, uma possibilidade, no caso, de que o menino seja resgatado daquele cotidiano que lhe rouba a infância.

c) um anúncio, um sinal pertinente ao modo indicativo, de que o menino será salvo de sua realidade tão dura.

d) a certeza, expressa pelo modo verbal, de que a existência do menino é atravessada pelo trabalho infantil.

e) o tom imperativo da voz poética que está presente não apenas nesse verso, mas ao longo de todo o poema.

  1. IME 2018

O texto 1 se inicia em um processo descritivo e passa para o descritivo-narrativo. Isso se confirma pelo(a)

a) contraste entre o uso abundante de adjetivos concomitante ao parco uso de formas verbais nas primeiras estrofes em relação à recorrência de formas verbais indicativas de ação conjugadas, predominantemente, no pretérito imperfeito do modo indicativo nas estrofes finais.

b) uso de verbos conjugados na primeira pessoa do singular do modo indicativo nas primeiras estrofes em contraste com os verbos conjugados em terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo nas estrofes finais.

c) frequência com que aparecem, no início do poema, palavras cujos significados estão associados à tristeza e ao abandono dos becos em contraste com o final do poema em que comparecem forças preocupadas em garantir ordem na vida pública.

d) fato de que a escritora se conforma ao processo mais tradicional na construção dos poemas.

e) necessidade de dar ao poema um tom realista, afastando-o do romantismo tradicionalmente associado às formas poéticas como um todo.

  1. IME 2018

Dentre os pares de versos do texto 1 abaixo transcritos, assinale a alternativa em que há nítida descrição de uma transformação ocorrida durante a passagem do tempo.

a) “e a plantinha desvalida, de caule mole / que se defende, viceja e floresce” (versos 15 e 16)

b) “secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. / Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra,” (versos 20 e 21)

c) “pequeno para ser homem, / forte para ser criança.” (versos 26 e 27)

d) “suspeitos… mal afamados / onde família de conceito não passava.” (versos 47 e 48)

e) “terror dos soldados, castigados nas armas. / Capitão-mor, alma penada,” (versos 65 e 66)

7. IME 2018

O valor semântico do vocábulo “errado”, exaltado pela autora no texto 1 em

“Amo e canto com ternura todo o errado da minha terra.” (versos 29 e 30) não se aplica a

a) paisagem triste (verso 2).

b) sandália velha (verso 7).

c) velho cano (verso 12).

d) Baile Sifilítico (verso 77).

e) irmão vicentino (verso 98).

8. IME 2018

O vocábulo estranho ao campo morfossemântico da palavra “hética” (texto 1, verso 58) é

a) magra.

b) consumida.

c) confinada.

d) franzina.

e) definhada.

9. IME 2018

A respeito do uso do vocábulo “sabidos” (texto 1, verso 21), pode-se afirmar que

a) indica a “esperteza” dos “burrinhos dos morros” ao optarem por ter suas cargas arrochadas.

b) confere valor semântico positivo à expressão “burrinhos dos morros”.

c) compara a escolha dos “burrinhos dos morros” pelas cangalhas à imundície dos “becos antigos”.

d) estabelece uma ideia contraditória e pejorativa à expressão “burrinhos dos morros”.

e) reforça o sentido de animal maltratado por seus donos: uma atitude distinta daquela conferida pela voz poética que aparece no primeiro verso da estrofe em questão.

  1. IME 2018

Considere os versos 68 a 80 do texto 2, transcritos abaixo:

“Esse passo que vai

sem esmagar as plantas

no campo de batalha,

à procura de sítios,

segredos, episódios

não contados em livro,

de que apenas o vento,

as folhas, a formiga

reconhecem o talhe,

mas que os homens ignoram,

pois só ousam mostrar-se

sob a paz das cortinas

à pálpebra cerrada.”

Acerca de “vento”, “folhas” e “formiga”, pode-se afirmar que

a) significam a procura do poeta por novos “sítios”, ou seja, novo público, futuros leitores do poema.

b) são comparados ao “livro” que o poeta pretende escrever sob a paz das cortinas.

c) não constituem elementos naturais capazes de compreender e espelhar a natureza do “elefante”.

d) estão presentes no poema com o objetivo de exaltar o comportamento humano que só se mostra “sob a paz das cortinas / à pálpebra cerrada”.

e) eles não ignoram o que o homem ignora.

11. IME 2018

A conjunção “mas” que se repete nas estrofes do texto 2 nos versos 41, 58, 59, 77 e 83

a) exprime consequência de uma árdua tarefa dada ao elefante que, de tanto pesquisar, ficou exausto.

b) tem na verdade uma função aditiva: embora sua forma seja a de uma adversativa, apenas liga as ideias dando continuidade e sequência ao texto.

c) traz em si uma ideia de compensação como na oração “não era bonito, mas esbanjava simpatia”.

d) dá forma ao contraste entre a expectativa inicial e a volta para casa: o homem não se deixa receber a ternura que o elefante carrega.

e) é a conjunção mais comumente utilizada entre as adversativas, não exercendo, no entanto, relação de contraste nos versos do texto.

  1. IME 2018

No texto 2, considerando o elefante fabricado artesanalmente como uma alegoria para falar da arte, mandar o elefante à rua aponta para um desejo de

a) divulgação daquilo que até então era privado e íntimo.

b) invisibilidade da coisa criada.

c) anonimato e silenciamento, já que há nas ruas um burburinho incessante que acaba por silenciar tudo o que nela transita.

d) fuga às responsabilidades do artista, pois o poeta sucumbe diante de sua inspiração.

e) banalização dos sentimentos que inspiraram o poeta a construir seu elefante.

13. IME

Considere os versos 95 a 98 do texto 2, transcritos abaixo:

“e todo o seu conteúdo

de perdão, de carícia,

de pluma, de algodão,

jorra sobre o tapete,”

A figura de linguagem construída a partir de uma relação entre os campos semânticos evocados pelo título do poema e de seus versos acima destacados é a (o)

a) ambiguidade.

b) apóstrofe.

c) antítese.

d) eufemismo.

e) metonímia.

  1. IME

Observe os vocábulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do texto 2, transcritos abaixo:

“Vai o meu elefante

pela rua povoada,

mas não o querem ver

nem mesmo para rir

da cauda que ameaça

deixá-lo ir sozinho.”

Sobre esses vocábulos, de acordo com a gramática normativa, considere as seguintes afirmações:

I – o primeiro “o” é um artigo definido e o segundo é uma forma pronominal oblíqua, assim como a forma “lo” em “deixá-lo”.

II – a colocação do segundo “o” junto ao advérbio de negação aproxima-se do registro mais utilizado no português falado no Brasil.

III – “o” e “lo” nos versos “mas não o querem ver” e “deixá-lo ir sozinho” são formas pronominais que garantem a coesão referencial anafórica.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)

a) I apenas.

b) III apenas.

c) I e II apenas.

d) I e III apenas.

e) II e III apenas.

15. IME 2018

O poema O elefante (texto 2)

a) anuncia, por meio da alegoria do animal, que o tamanho dos problemas dos adultos é inversamente proporcional ao tamanho do elefante, sendo, ao mesmo tempo, um poema direcionado às crianças.

b) estabelece uma relação criador/criatura e, metaforicamente, é possível falar de um paralelo entre arte/artista: o conteúdo produzido pelo artista é causa e consequência, ao mesmo tempo, do trabalho do poeta com as palavras.

c) desconecta o elefante (criação) de seu criador, retirando deste toda a sua capacidade criativa.

d) mostra a criatura, o elefante, como algo definido e único: criá-lo é tão trabalhoso que não há possibilidade de criar outros elefantes.

e) revela, metaforicamente, um descuido com o fazer poético ao descrever a deselegância do elefante mal construído, que segue pelas ruas de modo desequilibrado.

16. IME 2018

Considere os versos 19 a 23 do texto 2, transcritos abaixo:

“E há por fim os olhos,

onde se deposita

a parte do elefante

mais fluida e permanente,

alheia a toda fraude.”

Abaixo, você encontrará alguns ditados populares elencados. Qual destes ditados mais se aproxima da ideia veiculada no verso 23, “alheia a toda fraude”?

a) “Fazer o bem sem olhar a quem.”

b) “O pior cego é aquele que não quer ver.”

c) “Perto dos olhos, longe do coração.”

d) “Em terra de cego, quem tem um olho é rei.”

e) “Os olhos são a janela da alma.”

17. IME 2018

Assinale a alternativa em que os vocábulos são acentuados de acordo com as mesmas regras de acentuação gráfica das palavras abaixo transcritas, respectivamente:

sandália (verso 7, texto 1); úmida (verso 17, texto 1); (verso 28, texto 1); sensível (verso 55, texto 2); conteúdo (verso 95, texto 2).

a) réstia, sifilítico, vê, grátis, baú

b) água, família, há, revólver, frágil

c) infância, matéria, à, móveis, saúva

d) estória, poético, têm, viúva, maiúscula

e) solitária, fáceis, deixá-lo, médio, carícia

18. IME 2018

Sobre os textos 1 e 2, analise as afirmações abaixo:

I. descrevem um exterior cuja aparência pode ser vista como deselegante, guardando, porém, tanto os becos quanto o elefante, um interior rico em poesia e vida.

II. revelam uma construção erudita, rígida e intelectualizada de uma narrativa poética cuja forma apresenta estrofes regulares e longas, intercaladas por estribilho.

III. há uma relação estreita entre prosa e poesia revelada no encadeamento que oscila entre a descrição e a narração.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)

a) I apenas.

b) II apenas.

c) I e III apenas.

d) II e III apenas.

e) I, II e III.

19. IME 2018

Quanto à estrutura, os textos 1 e 2

a) são haicais pois transmitem imensa sabedoria em relação ao tamanho dos textos

apresentados.

b) são acrósticos que cantam determinado lugar ou coisa.

c) são baladas que fazem referência a um tempo perdido.

d) são poemas modernos que apresentam versos brancos ou livres e estrofes polimétricas.

e) são sonetos e apresentam conteúdos ligados à sabedoria acumulada pelos poetas ao longo do tempo.

20. IME 2018

A respeito do “conceito de erro em língua”, o gramático Luiz Antônio Sacconi, em sua obra “Nossa Gramática – Teoria e Prática”, afirma:

“Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele falar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. (…) Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico (registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical).”

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa Gramática – Teoria e Prática – 18ª ed. Reformada e atual. São Paulo: Atual, 1994. pp. 8 e 9.

Considerando o conceito de “erro em língua”, exposto acima, assinale a alternativa em que se apresenta uma transgressão da norma culta considerada “fato linguístico”?

a) Eu não sei aonde o elefante quer chegar.

b) Ana Lins Bretas, cujo pseudônimo era Cora Coralina, foi uma grande escritora brasileira.

c) “E há por fim os olhos, / onde se deposita / a parte do elefante” (texto 2, versos 19 a 21).

d) “Ele não encontrou / o de que carecia, / o de que carecemos,” (texto 2, versos 86 a 88).

e) É uma das poucas opiniões do poeta onde existe uma controvérsia.

Gabarito:

1.E

2.A

3.C

4.B

5.A

6.A

7.E

8.C

9.B

10.E

11.D

12.A

13.C

14.D

15.B

16.E

17.A

18.C

19.D

20.E

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